Terraço (Refeitório)

A presença de Sam era reconfortante apesar da minha constante necessidade de ficar só, Sam era a unica pessoa da qual eu me relacionava de forma confortavel, facil e descomplicada. Ela me perguntou o que eu tinha em mente para hoje e bem, vejamos, além de tomar café da manhã fazer a "lição de casa " e quem sabe organizar meu quarto e o desastre que era meu closet acho que eu não tinha nada para fazer. Suspirei, eu nunca tenho muita coisa para fazer além das tarefas de casa e lidar com meus tortuosos pensamentos e passado.

- Na verdade nada, e você?

Sam revirou os olhos e deu de ombros dando a entender que também não tinha nada planejado. Conversamos sobre as aulas, eu reclamei um pouco do professor de química e Sam me disse que se eu tivesse as mesmas aulas que elas eu enlouqueceria. Eu não discordaria dela devia ser realmente puxado. Percebi que o refeitório aos poucos estava enchendo com mais internos a maioria é claro de bolsistas ja que os outros só se apresentariam para o café mais tarde ja que não possuíam obrigações como os bolsistas. Bem reconheci a todos ali, tanto tempo naquele lugar sozinha me fez decorar o rosto de todos, podem me chamar de observadora mas é até facil reconhecer a todos depois de um tempo, não sabia o nome de todos mas os reconhecia. Só então reparei que a garota sentada não muito longe de nós me era estranha eu nunca a vira por ali.

- Hey Sam recém chegada a 8 horas.-

Sam não tão discretamente se virou na direção que eu mencionara e analisou a garota esticando o pescoço e a olhando de cima a baixo, Sam então deu de ombros e se voltou para frente e se endireitou no banco, ela dobrou as mãos em cima da mesa e encarou o vazio não dizendo mais nada e me deixando sozinha com meus pensamentos. Revirei os olhos, Sam costumava fazer isso de vez em quando, ficar calada por alguns minutos encarando o nada, as vezes ela dava uma desculpa e ia embora logo em seguida e outras vezes ela apenas se levantava e ia embora sem dizer mais nada. Eu me perguntava o que seria desta vez.

Dei de ombros e me concentrei em terminar meu omelete e suco e então ataquei os croissants de chocolate. Antes que eu mordesse meu segundo croissants algo dentro de mim explodiu, e quando eu digo explodiu é realmente no sentido literal da palavra. Minha visão começou a ficar negra e me senti caindo para o lado. Eu ouvi alguém me chamando de forma preocupada, Sam talvez? Mas porque ela parecia tão longe como se estivesse me chamanda de dentro de um tunel a cem metros de distancia e cada vez mais distante. Eu apaguei.

Não sei por quanto tempo fiquei fora mas aos poucos pontos brancos exumavam o negro da minha visão eu ainda via tudo borrado e algo me dizia que eu realmente não havia abrido os olhos ainda, um rosto estava ganhando foco em minha visão e algo zumbia na parte de traz do meu cranio algo me dizia que aquilo não era normal, e assim como minha visão o zumbido foi ganhando clareza.

Ele esta vindo, ele esta vindo. A guerra esta vindo. As seis asas da guerra estão vindo. Samuel, Samuel, ele esta vindo.

Um brilho intenso surgiu e então olhos cinzento cor de aço a visão fez meu cerebro arder e parecia que meus olhos iriam derreter, eu tentei gritar mas não consegui. Tudo ficou negro novamente só as vozes continuavam.


Catherine, Cat. Por favor. Catherine. Cat. Responde.