Sala de aulas comuns.

Assim que ele terminou de fazer a pergunta, eu pude ver que ele me olhou furioso. Eu sabia exatamente o motivo de sua raiva. Obviamente, ele não queria ser intrometido em pleno sábado à tarde por uma aluna como eu. Entendia seus motivos, afinal aquela situação era mais do que incômoda para mim. Arriscaria dizer que para ele também era. Eu poderia estar com Juliet no SPA onde tia Meg sempre ficava entre seus filmes. Claro, que não era o caso, já que estava presa à Shoreline por causa do ser que se levantava, me olhando com uma careta incompreensível no rosto. Oras, eu também estava ocupada e nem por isso o olhava dessa forma!

Seus lábios tremeram quando a porta foi fechada por Alexia e eu podia quase ver um sorriso malicioso se plantar ali, mas se esse fosse o caso, se foi tão rápido quanto veio, deixando-me um tanto quanto desolada. Por que eu queria ver aquele sorriso? Não era nada mais do que normal. Até mesmo Rick dava um desses quando discutíamos assuntos um pouco mais... constrangedores. Apenas não entendia porque John tinha um exemplar perfeito desses em seus lábios em uma fração de segundos, uma vez que não estávamos fazendo nada demais, além de nos encararmos, ambos em um silêncio sepulcral.

Então me lembrei do que estava realmente fazendo ali e soltei um pigarro, levantando meu boletim, já um pouco encharcado devido ao suor que minhas mãos produziam. Nada atraente, eu sei. Quem disse que Marie Cornelia Morgan era atraente, para início de conversa?

- Eu... ér. – minha voz saiu finíssima e eu dei outro pigarro, amaldiçoando a mim mesma por deixar minha voz tão frágil na frente daquele homem, que já me olhava com um sorriso divertido no rosto. Assim que ele cruzou os braços e fez sinal para que eu terminasse de falar, recobrei meus sentidos e falei tudo rapidamente, tentando não me atropelar com as palavras. – Gostaria de saber o motivo de um C-. O Senhor sabe muito bem o quanto eu venho me esforçando para essa matéria. Não é justo. Na verdade, é ultrajante. Como eu posso tirar um C- em Física quando minha nota em Matemática e Química não passa de A+? – perguntei, como se para mim mesma apenas para ver seu riso de deboche intensificar-se em seus lábios carnudos que eu fiz questão de ignorar.

- Morgan, sua nota reflete o tipo de aluna que você é. Ou seja, uma bastante burra e incapaz de cumprir suas metas, mesmo estudando como se não houvesse amanhã. Começo a me perguntar se você não é algum tipo de retardada que fica me secando durante as aulas e por isso perde as explicações. – Uma de suas sombrancelhas se ergueu e ele veio ao meu encontro.

Meu estômago se retorceu de nojo. Como assim burra? Eu não era burra! Era inteligente até demais. Nunca me perdia naqueles músculos de John durante as aulas. Ele simplesmente não me enchia os olhos como enchia os de todas as alunas de Shoreline. Aquilo era uma injustiça. John não poderia me chamar daquilo. Nunca havia escutado frases tão ultrajantes virem ao meu encontro de uma forma tão suja e maldosa.

De modo a que, não conseguindo me controlar, apliquei um sonoro tapa na cara de John com minha mão esquerda, para logo depois ofegar. Minha mão estava ardendo como nunca. Devia ter sido o tapa mais doloroso que eu já tinha dado. Esperava que fizesse efeito.

- Nunca mais me chame de burra. – falei, entredentes, apenas para ver seu olhar confuso transformar-se em furioso.

No que eu havia me metido?

John estava começando a me dar medo.

- Professor, você está me assustando. – falei, em um fiapo de voz. Nunca antes um garoto havia se aproximado desse jeito de mim em toda a minha vida. Nem mesmo Rick, que era meu melhor amigo. Queria saber porque estava me sentindo tão tonta pelo perfume dele que entrava pelas minhas narinas. Oras, nem era tão cheiroso assim!

Ele se aproximou de mim e em questão de milésimos de segundos, arrancou minha blusa de botões. A mesma blusa que Tia Meg fez questão de comprar em Milão para me dar de presente de aniversário. Corei ao perceber que estava apenas de sutiã e saia, deixando à mostra praticamente toda a região do meu colo. O que estava acontecendo? Levei ambas as minhas mãos para aquela região, tentando esconder o máximo possível que eu conseguia, a fim de que John não visse mais nenhum pedaço de mim que eu não quisesse que ele visse. Então ele puxou minha saia para baixo e arrancou minha calçinha sem um pingo de delicadeza. Dei um grito de dor, uma vez que ele havia me machucado.

Estava tremendo, afinal, era inverno e eu estava completamente pelada na frente daquele tarado. Fechei os olhos com força, querendo acordar daquele pesadelo. Infelizmente, não foi o que aconteceu e tão logo quanto ele tirou minha calçinha, pôs-se a tirar suas calças. Tentei não corar mais do que já estava assim que vi que ele se encontrava nu na minha frente e engolindo em seco, falei.

- Pro-professor, pára com isso, é errado. – gaguejei, não encontrava a minha voz. Tentei falar mais coisas, mas tudo o que consegui foi dar um grito assim que ele levou seus lábios até meu pescoço, chupando-o incançavelmente. Estava me machucando. Eu queria sair dali, mas como podia ver, ele não deixaria com que eu fizesse isso tão cedo. Abri minha boca novamente para gritar, mas tudo o que fui capaz de fazer foi me enojar quando ele me beijou à força, emprensando-me na parede e passando suas mãos sujas por todo o meu corpo.

Pedi com todas as minhas forças para que meu pai me ajudasse e me odiei por não ter tentado ler a mente de meu professor antes disso acontecer. Havia há muito tempo “bloqueado” minha mente de ler a dos outros porque não achava ético, mas agora eu estava completamente ferrada.

Lágrimas desceram pelas minhas bochechas quando ele segurou meu rosto indelicadamente com uma de suas mãos e deu outro sorriso sujo para mim. Então senti uma pressão entre as minhas pernas e fechei meus olhos novamente com força, tentando fechá-las para que nada entrasse no meio delas. Mas é claro que eu não consegui resistir por muito tempo e assim que estava completamente esgotada, John silvou.

- Virgem? Assim é sempre mais gostoso. – deu novamente aquele sorriso e eu voltei a chorar. Queria gritar, queria espernear, mas não encontrava a minha tão subestimada voz. Céus, eu precisava de ajuda.