Lauviah suspirou, por que sua irmã tinha que reclamar tanto? Não poderia nem ao menos demonstrar um pouquinho de afeto? Lauviah estava tão sentimental ultimamente, que chegava a ser vergonhoso algumas vezes. Escutou os planos da garota, que tinha os olhos azuis brilhantes e cheios de fúria, se falássemos que íamos a batalha agora, ela já estaria voando em direção ao inimigo antes mesmo de obterem um plano concreto.
Rafaela se encolheu a ultima sugestão da garota. –
Tris... Eu acho melhor pensarmos melhor. – Então foi interrompida outra vez, sendo bombardeada pelas ideias da garota.
Estava um pouco perdida, como podia estar tão desatualizada? Todas as vezes que, escutava um Anunciador, nenhum deles lhe passavam informações sobre seus irmãos, não desses tipos.
Começar uma guerra.
Uma guerra contra a própria família.
Abriu a boca para falar algo, mas alguma coisa no olhar de Tris a silenciou, naquele mesmo olhar inúmeras reclamações, palpites e avisos passaram. Era quase que ela estivesse avisando que se não estivesse ao lado deles, ela estava contra.
Rafaela não queria passar por isso outra vez, não mesmo. Olhou para longe, tentando pensar em alguma coisa e tudo que pensava era em como queria ver suas filhas, sentiu-se um pouco egoísta pelo sentimento, mas não podia evitar, já havia passado do estagio amor, ela estava obcecada pelas nephilins.
Apertou a mão de Gabriel de bom grado, vendo o carinho que ele possuia pela loira, sentiu-se grata por isso. Mas estava se sentindo fraca, não fisicamente, mas por dentro Lauviah se sentia devastada por sua família, e tudo o que queria era que nada disso acontecesse.
Mas ela nunca viu um sonho seu se tornar realidade, e não seria agora que isso iria acontecer.
-
Nossos filhos... Ok. – Falou, soltando a mão dele e caminhando para longe. –
Como você planeja fazer isso, chegar lá e avisar a todos que eles finalmente vão a batalha? – Ouviu um sonoro sim de Tris e um silencio do moreno. Negou com a cabeça. –
Que ótimo. Vamos então nos preparar para acabar de uma vez com a nossa própria família. Cruzou os braços, ouvindo os palpites. –
E honestamente, vocês acham que alguém lá de cima vai nos ajudar? Logo agora que tudo está em jogo? Eu nunca vi nenhum daqueles egoístas levantar um dedo se quer ao nosso favor e não vai ser agora, nem nunca que eles vão fazer. – Disse e ficou em silencio para se acalmar, tentando não expor seus sentimentos, mas a verdade é que ela sentia-se magoada por nunca ter recebido a ajuda de nenhum de seus irmãos enquanto esteve desaparecida, se é que deram falta dela. Piscou e respirou fundo, sabendo que parecia uma criança chorona e não um Arcanjo, mas não dava a mínima para isso, ela de qualquer forma sempre iria imitar os atos humanos era algo que havia se fixado nela.
-
Lucifer ama cantar vitória antes da hora, fazer seus jogos de manipulações e palavras e eu tenho absoluta certeza de que conseguiríamos tirar algo disso. – Rafaela era a suposta irmã gêmea de Tris, mas quem ela realmente foi amiga e irmã desde seu nascimento foi Lúcifer, o conhecia e sabia muitíssimo bem o que ele faria se encontrasse os três arcanjos. No fundo de seu coração, possuía uma esperança ridícula de que convenceria o irmão caído a repensar seus atos, mas era fora de toda a logica atual. –
Então ótimo, vamos juntar nosso exercito e enfrentar o céu e o inferno. – Falou gesticulando. Olhou para Gabriel e deixou os ombros caírem. –
Vamos enfrentar uma escola de nephilins, procurar as cartas e tentar viver para contar tudo isso. - Pessimismo estava começando a se fincar na loira.
-
Mais alguma ideia? – Falou sem muito humor, foi para perto de Gabriel automaticamente, sentindo-se um pouco mais tranquila. Recebendo mais um dos olhares de sua irmã, apertou os lábios e se esforçou para tentar lembrar de alguma coisa, as perguntas que a fizeram durante tanto tempo, quem sabe até mesmo sobre as suas memorias mas falhou no mesmo instante em que tentou. –
Mais uma coisa. – Falou de repente. –
Temos que encontrar os herdeiros das cartas antes de qualquer outra coisa. Primeiro vamos procurar nessa escola, os herdeiros devem ter alguma coisa de diferente dos outros, nem que seja uma marca na pele, mas nós vamos saber que são eles. – Até que ser interrogada durante quase duas décadas teve seus resultados.
Olhou para eles, sabendo que eles enfrentariam tantos problemas, que não tinha certeza do que perderia primeiro: sua vida, sua família ou seus cabelos.